Auditório Maestro José Gomes Auditório Maestro José Gomes

25 de abril de 2021 foi mais do que a celebração do dia da Liberdade para a União de Freguesias de Grijó e Sermonde.

Depois de meses de um trabalho árduo, foi inaugurado o novo auditório da freguesia, uma referência local e concelhia. "O novo auditório Maestro José Gomes é "uma obra que, em tempos de pandemia, se projetou para ser a Casa da Cultura, do Associativismo, do encontro da comunidade com a Arte, um espaço único, necessário e essencial para que continuemos no caminho do progresso e do desenvolvimento das nossas populações", explicou César Rodrigues, presidente a União de Freguesias durante o ato solene da inauguração deste espaço.

O novo espaço, com capacidade para 220 pessoas (com acessos para pessoas de mobilidade reduzida), não resultou de uma construção de raiz. Localizada no Espaço Mais Grijó, a infraestrutura nasce de um protocolo de cedência a título não oneroso com os gestores do espaço, o que permitiu viabilizar o projeto e diminuir os custos, tendo contado com o apoio da Câmara Municipal de Gaia.

"Na hora de decidir o nome a atribuir a este auditório, foi unânime a vontade que fosse a de um filho da terra, alguém que tivesse marcado a história deste povo e que estivesse ligado à arte de ensinar a música", justificou César Rodrigues.

"Esta é uma obra que servirá o Concelho de Vila Nova de Gaia e todos os Gaienses, não existem fronteiras, nem limites desde que as portas de entrada desta sala se abriram", concluiu César Rodrigues, deixando uma justa homenagem ao profissional que deu nome a este novo espaço: o Maestro José Gomes, presente na cerimónia, juntamente com a sua família.

Mas quem é este filho da terra?

O Maestro José Gomes, de seu nome completo José de Oliveira Gomes, nasceu em Grijó em 25 de maio de 1936.

Desde criança que nutria uma intensa paixão pela música e, aos 16 anos, ingressou na Tuna Orfeão de Grijó, tendo iniciado os seus estudos musicais com o saudoso professor Joaquim Teixeira.

Foi exímio no saxofone e, em 1958, obteve a carteira profissional de Músico (Saxofone) emitida pelo Sindicato dos Músicos do Norte.

Ao longo do seu vasto e rico percurso na música, teve a oportunidade de colaborar com diversas Tunas e Bandas.

Em 1953 fundou a Agrupamento Musical "Os Tekos" (também eles uns filhos da terra que, desde a sua fundação não mais pararam de brilhar nas tradicionais festas populares), tendo-o dirigido musicalmente ao longo de vários anos, com atuações um pouco por todo o território nacional.

Como executante, de 1952 até 1975 esteve ao serviço da Tuna Orfeão de Grijó e,  desde 1975 até 2016, teve a honra e o privilégio de estar na regência e direção musical desta mesma instituição.

Pelo zelo, dedicação e profissionalismo com que sempre se envolvia nos diferentes projetos por onde passou, foi alvo de várias homenagens públicas e associativas, quer pelas instituições onde colaborou, com especial enfâse para a Tuna Orfeão de Grijó, quer pela autarquia da sua terra natal, tendo, em 26/06/1989, sido agraciado pela Câmara Municipal de V.N. de gaia com a Medalha de Mérito Municipal – Classe Prata.

A decisão de atribuir a este auditório o seu nome, é somente mais uma singela homenagem a uma pessoa que, de forma tão abnegada sempre se entregou à sua paixão, a música.

Bem haja!