Sobre Grijó


Abrangendo uma área considerável no território gaiense, Grijó, do diminutivo "ecclesiola" (pequena igreja) faz fronteira com as vizinhas S. Feliz da Marinha, Serzedo, Sermonde, Perosinho, Pedroso e Seixezelo.

História

As origens desta freguesia, bem como o seu desenvolvimento, estão directamente relacionadas com a presença do seu Mosteiro.
Este Mosteiro Agostinho já existia quando aqui chegaram os mouros em 987. Fora criado em 922 por iniciativa de dois clérigos, Guterres e Ausindo Soares, que doaram terrenos e valores para que fosse erguido um mosteiro que ficou a chamar-se de Eclesiola (pequena igreja, igrejinha). Daí, Egrejinha ou Eclesiola a originar, muito provavelmente o topónimo da terra. Pelo decorrer do tempo denominou-se Mosteiro de Egrijinha, de Egrijó e mais tarde Grijó. Foi elevada a vila em 18 de Dezembro de 1987.

Características

Mosteiro é a referência patrimonial da freguesia. Foi totalmente restaurado e construída nova Igreja em 1574. Em 1626 concluiu-se a capela-mor. Destaca-se o conjunto pela sua beleza, harmonia das suas linhas e imponência. Na ala Norte do Claustro, embutido num arcossólio, um túmulo gótico assente em colunelos e decorado com os Evangelistas e os Apóstolos de Cristo. Ao centro é iconografado Cristo em majestade, sentado num trono e segurando o Livro Sagrado na mão esquerda. A tampa mostra D. Rodrigo Sanches, em estátua jacente, deitado e com a cabeça apoiada sobre duas almofadas. D. Rodrigo Sanches era filho do Rei D. Sancho I; faleceu em 2 de Julho de 1245, junto ao Mosteiro de Grijó, sendo aqui sepultado. Destaca-se na Arte Funerária por ser o mais antigo jacente que se conhece no Entre-Douro-e-Minho. É Monumento Nacional pelo Decreto de 16/6/1910(DG de 23/6/1910). Capelas e Oratórios, Ermidas e Alminhas das invocações de Senhora da Hora, Senhora da Graça, Santo António, São João, Senhor do Padrão, S. Vicente, Santa Margarida e Santa Rita, ou o próprio Calvário, de Murracezes, marcam o perfil devocional das gentes de Grijó que não deixa, também, de nutrir profunda simpatia pelas literárias Quintas de Alvapenha, por onde passou Júlio Dinis e a Quinta dos Canaviais, que lhe serviu de inspiração no romance "A Morgadinha dos Canaviais". Vale a pena ir a Grijó: sentir a espiritualidade do calvário, contemplar o antigo e majestoso Mosteiro e ler o romance no seu ambiente de inspiração.